
O projeto “Encanta Cantadores” vem contribuir para manter viva a tradição das cantorias populares nos bairro Curió, Messejana e Região Metropolitana de Fortaleza, pretende levar às comunidades apresentações artísticas protagonizadas por conceituados Repentistas. São apresentações públicas e abertas a todos às idades.
sexta-feira, 27 de julho de 2012
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Encanta
Cantadores!
Apresenta
Cantoria
de viola!
Com
a dupla Xexéu e Fontenele Gomes.
Dia
27 de Julho (sexta-feira) no Bar Recanto do Ceará. Na ocasião
acontece um bingo de uma caixa de cerveja, a cartela custa apenas
R$
2,00*.
Av:
Nelson Coelho nº 936 no Curió em Fortaleza – Ceará.
A
partir das 20:00.
*Cartelas
vendidas na hora.
quarta-feira, 11 de julho de 2012
A segunda dupla a se apresentar no Encanta Cantadores
O segundo momento do nosso evento que acontecerá no para o segunndo sábado de novembro, nele se apresentarão os poetas Fontenele Gomes e Manoel Batista, abaixo segue um breve histórico biográfico dos nossos poetas. Primeiro uma roda de palestras/conversas na Associação dos Moradores do Curió com Michael Melo Bocádio, poeta, professor e mestrando em Filosofia, em seguida às 16 horas a dupla de repentistas contando suas histórias. Em seguida, espetáculo de poesia em praça pública.
Fontenele Gomes – Natural da
cidade de Pentecoste no Ceará, nasceu em 29 de novembro de 1955. Iniciou na
cantoria em 1975 aos 20 anos de idade. Participou de festivais em Teresina no
Piauí, e também em diversos programas de rádio, tanto no Nordeste quanto na
região Norte: radio Tropical de Paragominas no Pará, Rádio Eldorado em Codó no
Maranhão e Rádio Difusora do vale do Curu em Pentecoste. Fontenele tem destaque
na produção de canções e na composição de versos, privilegiado por uma voz
potente.
Manoel Batista - Nasceu em
21 de junho de 1952 na cidade de Ererê no Ceará. Deu os primeiros passos na
arte da poesia em 1973 participou desde então de vários festivais e eventos nas
cidades de Pacajus, Quixadá, Limoeiro do Norte, tomou parte também de programas
de rádio nas cidades de Russas e Quixadá. Cantou com vários repentistas
renomados.
sexta-feira, 6 de julho de 2012
Blog Beth Baltar: CANTOS E ENCANTOS NA POESIA POPULAR
CANTOS E ENCANTOS NA POESIA POPULAR

LANÇAMENTO
DATA: 14/07/12
Horário: 16h
Local: Auditório do Colégio Santo Tomás de Aquino
Rua: Mario Mamede, 750 - Fátima - Por trás da Igreja
de Fátima da Avenida 13 de maio
Contato:
Fones: (85)348.5778 – 8803.5778/9987.6826
E-mail: vicentelemos2012@gmail.com
Fonte: http://cecordel.blogspot.com.br
Blog Beth Baltar: Feira de Cordel em Fortaleza
Feira de Cordel em Fortaleza
Acontece nos dias 17,18 e 19 de julho, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza, a I Feira Brasileira de Cordel. Entidades congêneres e autores de todo Brasil estarão presentes. Como diz o poeta Guaipuan Vieira: “Conservar as raízes do cordel é preservar uma cultura autêntica dos acontecimentos de nosso povo. Ignorá-lo é queimar um documento histórico.” Na era moderna, o cordel continua, através da técnica, um formador de opinião. Confira o cartaz.

Fonte: http://cecordel.blogspot.com.br/
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Notas sobre cordel & poesia popular: o legado do Ceará. Notas sobre cordel & poesia popular: o legado do Ceará.
Escólio:
Talvez tenham sido os desafios característicos de uma época da história que
transformaram a cultura da América
Latina em um vasto arsenal de fatos surpreendentes, insólitos, brutais, incríveis,
encantados; isto é, uma profusão de fantasias, maravilhas e barroquismos. Os
impasses e as façanhas de uma época permitem reler o passado e o presente. É
como se um novo horizonte iluminasse de repente todo o mural da história social,
revelando fatos e feitos que adquire outro movimento,
som, cor. O romancista pode ser um cronista “fora do tempo”, narrando o
imaginado e o acontecido segundo a luz que o ilumina. E o repentista é o poeta popular, par
excellence, do Nordeste. Esta é a tese que defendemos nestas notas. Assim, ele
pode representar “um estilo de olhar”, na medida em que está inserido no realismo mágico e parece uma superação
do realismo social, crítico. Tem sido visto como um estilo diferente, novo.
Mas ele aparece na literatura
latino-americana em dada época, mais do que em outras. É no século XX, com as
primeiras recepções de Jorge Luís Borges estreando em livro em 1923, com os
poemas reunidos em Fervor de Buenos
Aires, em 1925 mostrando sua perspectiva como ensaísta maduro, e logo
depois, sendo renegado em seu livro, Borges,
mostrando sua contraface de ensaísta, como no depois renegado Inquisiciones, entre outros, como Gómez
de la Serna, Valéry Larbaud, P. H. Ureña, premiado em 1929, na maioria dos
casos Borges antes provocou “a irritação de críticos e resenhadores”. Mas logo
a reflexão por ele iniciada assumirá outra direção. Em 1933, Anderson Imbert acusava
Borges de não ser “ni remotamente, un crítico ou un pensador nacional” e que
pelos dois motivos, figuras como ele “están ausentes del país”. No mesmo ano,
R. Doll ia além e informava que “sua prosa era anti-argentina!”.
A arte do “trovadorismo”, proveniente
da Península Ibérica, chegou ao chamado “Novo Mundo”, e floresceu tanto na Américas
Espanhola, quanto na Portuguesa. Houve um tipo de literatura popular em verso
no México, Chile, Nicarágua e Argentina muito parecida com o folheto nordestino.
Até a gravura popular usada para ilustrar os “corridos mexicanos”, e as “folhas
soltas” da lira popular chilena, apresenta características parecidas com a
brasileira, sem falar que muitos dos temas aproveitados pelos autores da
literatura de cordel nordestina também foram explorados naqueles países. O que
torna o romanceiro bastante singular, porém, é o formato padrão adotado desde
os primórdios por Leandro Gomes de Barros, João Martins de Athayde, Francisco
das Chagas Batista e outros poetas-editores. Não domino o tema, mas admiro-o,
apenas isso, não pretendo mais que um olhar, como para uma mulher que meu
desejo, se me permitem dizer que é escolhida (cf. Braga, 2011).
Leandro
Gomes de Barros (1865-1918) foi um poeta de literatura de cordel do nordeste
brasileiro. É considerado por alguns analistas como o primeiro escritor
brasileiro de literatura de cordel, tendo escrito mais de 230 obras. No seu
tempo, era cognominado “O Primeiro sem Segundo”, e ainda é considerado o maior
poeta popular do Brasil em todos os tempos, autor de vários clássicos e campeão
absoluto de vendas, com muitos folhetos que ultrapassam a casa dos milhões de
exemplares vendidos. Compôs obras-primas que eram utilizadas em obras de outros
grandes autores: Ariano Suassuna, por exemplo, utilizou a história do cavalo
que estercava dinheiro no seu Auto da
Compadecida. Depois de fundar uma pequena gráfica, em 1906, seus folhetos
se espalham pelo Nordeste, sendo considerado por Câmara Cascudo “o mais lido
dos escritores popuares”.
Neste sentido, para lembrarmo-nos da
magnanimidade, segundo o poeta e escritor Carlos Drummond de Andrade,
homenageado com estátua no Rio de Janeiro, foi, “no julgamento do povo, rei da
poesia do sertão e do Brasil em estado puro”. Do ponto de vista da oralidade, segundo
Permínio Ásfora, teria sido preso em 1918, porque o chefe de polícia considerou
afronta às autoridades alguns dos versos da obra: O Punhal e a Palmatória, trama que tratava de “um senhor de engenho
assassinado por um homem em quem teria dado uma surra”. Sebastião Nunes
Batista, no entanto, em Antologia da
Literatura de Cordel (@), da Fundação José Augusto, na cidade de Natal, 1977,
dá como: causa-mortis: a “Influenza”,
a já conhecida gripe espanhola, mas que não trataremos agora.
João
Martins de Athayde (1880-1959) poeta e Editor foi um dos autores que mais
contribuiu para a divulgação da literatura de cordel produzida no Brasil no
século XX. Participou da primeira geração de proprietários de Editoras
especializadas em cordel no Brasil, juntamente com Francisco das Chagas Batista
e Leandro Gomes de Barros. Nasceu na Paraíba, mas foi muito jovem para Recife,
onde se iniciou no comércio de cordéis. Gostava muito de cinema e passou a usar
fotografias de artistas de Hollywood “como ilustração das capas dos folhetos”.
Também encomendava a jovens gravadores cartazes de filmes ilustrações para seus
livros de versos. Possuía tipografia própria. Com a morte de Leandro Gomes de
Barros, comprou à esposa do poeta os direitos autorais do antecessor, numa das
primeiras transações do gênero no Brasil. Isto é importante.
De
posse legal sobre as obras, passou a usar o nome João Martins de Athayde como
autor de centenas de folhetos que haviam sido escritos por Leandro Gomes de
Barros. Esta confusão somente foi desfeita na década de oitenta quando a
Fundação Casa de Rui Barbosa (RJ) publicou os originais escritos por Leandro e,
assim, a autoria de muitos folhetos foi restituída. No entanto, este fato não
diminui a importância da obra de João Martins de Athayde, nem tampouco sua
contribuição para a poesia popular no Brasil. Suas obras até hoje são
reimpressas, quando seu estilo irônico e jornalístico se revela nos versos que
faziam a crítica aos costumes modernos.
Francisco
das Chagas Batista (1882-1930). Em 1900, vendia água e lenha e estudava, em
Campina Grande; seu primeiro folheto, Saudades
do sertão, é de 1902; em 1905 vendeu folhetos no Recife, e em Olinda passou
pouco tempo no seminário; depois, trabalhou na ferrovia de Alagoa Grande. Em
1907, pioneiramente, versejou o romance Quo
vadis, de Henryk Sienkiewicz. Em 1909, residiu em Guarabira, onde trabalhou
com o irmão, o editor Pedro Batista e casou com a prima Hugolina Nunes -
tiveram 11 filhos, dentre eles os poetas populares: Paulo, Pedro, Maria das
Neves e o folclorista Sebastião Nunes Batista, que produziu obras referenciais
do cordel. Em 1911, vivia na capital da Paraíba e negociava com livros; em 1913
fundou a Livraria Popular Editora, editando paródias, modinhas, novelas,
contos, poesia, e se firmou como um dos intelectuais da época. Em 1929 publica
o livro: Cantadores e poetas populares,
imprescindível para a pesquisa em literatura popular em verso “por conter as
mais antigas e confiáveis informações sobre esta forma poética”.
Ele
decerto, fora dos primeiros Editores de cordel e imprimiu produções de muitos
poetas populares da época, exceto de João Martins de Ataíde. Conquanto se o
tenha como dos maiores autores do cordel, o estágio atual da pesquisa antropológica
e historiográfica, objeto de nossa pesquisa, não permite precisar quantos
folhetos produziu-se. Ruth Terra identificou-os em Coleções 45,
inquestionavelmente escritos por ele, dentre os quais 19 sobre a nascente gesta
do cangaço e clássicos que criou ao dar forma poética à História da Imperatriz
Porcina, de Balthazar Dias, Escrava
Isaura, de Bernardo Guimarães e História de Esmeraldina, baseada em novela
do Decameron, de Boccaccio.
O
livro trata de Isaura, escrava que nasceu quase branca e é tratada como filha
por sua sinhá, alvo da luxúria e paixão de Henrique (fugazmente), Leôncio (maléfica,
controladora e luxuriante), Belchior (ridícula, servil e confusa) e Álvaro
(pura e amorosamente). Outros sentimentos dirigidos a Isaura incluem a inveja
de Rosa (outra escrava, preterida por Leôncio como amante) e o carinho de seu
pai Miguel. No começo trata-se do passado de sua mãe, maltratada por seu dono,
o pai de Leôncio, que a tem com um ex-feitor de bom coração. Quando estava para
ser forra morre este dono e Leôncio a herda, sem intenções de alforriá-la. A
esposa deste o deixa e ele manda Isaura para um cativeiro. De lá ela e o pai
fogem para Recife onde conhece Álvaro e se apaixona por ele. Vai a um baile da
alta sociedade e é muito admirada por seus dotes físicos e culturais, mas é
denunciada como escrava pelo ganancioso Martinho. De volta no Rio de Janeiro “é
presa por dois meses no tronco e seu pai vai para a cadeia”. Prestes a ser
liberta para se casar obrigada com o deformado Belchior pela liberdade, achando
que Álvaro está casado, é impedida por este que liquida os bens do falido Leôncio,
que se mata para fugir da humilhação. A história foi adaptada várias vezes para
outras mídias, a mais célebre sendo a novela com Lucélia Santos no
papel-título.
Não
é de hoje que escritores se encarregam da edição de livros. Hegel editou seu
próprio livro. Temperar a solidão criativa da página em branco com o burburinho
dos trabalhos de produção gráfica, divulgação, distribuição, seleção de
originais, tradução, talvez esteja aí um dos motivos para esse acúmulo de
funções. No âmbito nacional, é inevitável lembrar-se de Monteiro Lobato,
pioneiro no estabelecimento da indústria editorial brasileira. Mais
especificamente no campo da poesia, podem-se mencionar nomes como os de João
Cabral de Melo Neto - fazendo às vezes de artista gráfico, tipógrafo, editando
livros de amigos durante o tempo em que serviu como diplomata na Espanha -, ou,
mais perto de nós, no de José Paulo Paes, funcionário e esteio intelectual da
editora Cultrix por mais de três décadas. Fora do Brasil os nomes se
multiplicam: Phillipe Soupault, Octavio Paz, Juan Ramon Jimene, entre outros.
É
claro que a expressão poeta-editor
pode designar atuações muito diversas. Sob tal chancela podemos encontrar desde
um trabalho bissexto e mais restrito às artes plásticas (João Cabral) até a
atividade empresarial propriamente dita, exercida regularmente (Monteiro
Lobato), passando pela prestação de serviços (José Paulo Paes) em graus
variáveis de implicação no projeto editorial em curso. Por isso, vale a pena
perguntar que tipo de interação social ocorre, em cada caso concreto, entre os
papéis de poeta e de Editor. Investigar de que maneira as convicções do poeta
afetam as escolhas e procedimentos do editor e vice-versa: sondar o impacto das
exigências editoriais sobre a concepção de poesia sustentada pelo escritor e
assim por diante.
O estilo poético nordestino é rico em folclore, lendas e valores regionais.
Encontra-se principalmente associado à música, com destaque para os violeiros. A
partir da viola se desenvolvem os desafios, emboladas, repentes, cantorias, um
sem-fim de ritmos e estilos próprios dos cantadores da região. A cantoria, por
exemplo, conceptualmente, “consiste em um improviso, em tom de desafio, entre
repentistas”. Seu primeiro representante é Romano do Teixeira, da Serra do
Teixeira, no estado da Paraíba, ainda no século XIX. As poesias regionais do
Nordeste geralmente são encontradas no formato de libretos de cordel. A poesia
de cordel recebe este nome por causa de uma velha tradição em Portugal. No
século XVII, eram comuns que “os folhetos fossem colocados à venda pendurados
em um barbante, presos por pregadores de roupa”. Barbante, corda, cordel - os
cantadores e repentistas nordestinos adotaram este costume, pendurando seus
versos e popularizando o que é hoje um dos principais símbolos da cultura popular brasileira.
Na Peleja entre Inácio da Catingueira e
Romano do Teixeira, começa com Inácio, seguido por Romano e segue alternando ad infinitum:
(Inácio)/Senhores
que aqui estão/Me tirem de um engano: Me apontem com o dedo/Quem é Francisco
Romano,/Pois eu ando no seu piso/Já não sei há quantos anos./ (Romano)Negro me
diga o seu nome/Que eu quero ser sabedor,/Se é solteiro ou casado,/Aonde é
morador,/Se acaso for cativo,/Diga quem é seu senhor./Eu sou muito
conhecido,/Aqui nesta ribeira,/Este é o seu criado/Inácio da
Catingueira./Dentro da Vila de Patos,/Compro, vendo e faço feira./Vieste a
Patos/Procurando quem te forre/Volta pra trás, meu negrinho/Que aqui ninguém te
socorre;/E quem cai nas minhas unhas/Apanha, deserta ou morre./
Daí vem à questão da “interação social” (cf.
Coulon, 1985a, 1985b), pouco entendida pela sociologia vulgar, praticada nestes
rincões.
“Eu vim a Patos/Pela fama do senhor, /Que me disseram que era/Mestre e rei de
cantador;/E que dentro de um salão/Tem discurso de um doutor./Que andas
fazendo/Aqui nesta freguesia,/Cadê o teu passaporte,/A tua carta de guia/Aonde
tá teu sinhô/Cadê a tua famia./Eu sou cativo,/Trabalho para meu sinhô.../Quando
vou para uma festa/Foi ele quem me mandou,/E quando saio escondido/Ele sabe
pronde eu vou./Deixa-te disto,/Não te possa acredita/Pois eu também tenho
nego/E só mando trabaiá.../Como é que teu sinhô/Vai te mandá vadiá?/Inaço da
Catinguera/Escravo de Mané Luiz/Tanto corta com risca,/Como sustenta o que
diz!/Sou vigaro capelão/E sacristão da matriz./Este aqui é seu Romano/Dentaria
de elefante,/Barbatana de baleia,/Força de trinta gigante,/É ouro que não
mareia,/Pedra fina e diamante./É nego desengonçado: Abre cacimba no seco/Dá em
baixo do muiado...”.
Patos, na memória dos repentistas, é um
município brasileiro do estado da Paraíba, localizado na microrregião de Patos,
na mesorregião do Sertão Paraibano. Distante 307 km de João Pessoa, sua sede
localiza-se no centro do estado com vetores viários interligando-o com toda a
Paraíba e viabilizando o acesso aos Estados do Rio Grande do Norte, Pernambuco
e Ceará. De acordo com o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
-, no ano de 2009 sua população era estimada em 100.732 habitantes. Patos é a
3ª cidade-pólo do estado da Paraíba, considerando sua importância
socioeconômica e cultural.
“Aperta sem sê troquês,/Corta pau sem sê
machado./O meu martelo,/Por bom ferreiro é forjado;/Tanto ele é bom de
aço,/Como está bem temperado;/A forja onde ele foi feito/É toda de aço blindado./Eu
lhe garanto/Que resisto ao seu martelo;/Ao talho do seu facão,/Ao corte do seu
cutelo;/Se eu morrer na peleja,/Lhe vencerei no duelo./Negro criado vadio/Tem
por fim acabar má;/Uns casam com mulher forra/Outros dão pra roubá./Outros
fogem do serviço/Com medo de trabalhá./Eu felizmente não sou/Escravo de senhor
cru,/Que trabalha todo o dia/De noite faz quinguingu/Aparpando no
escuro/Fossando que nem tatu/Estou ouvindo as tuas loas,/Não te possa acreditar./Que
eu também tenho escravo/Mas não mando vadiar,/Que eu saio pra divertir/Os
negros vão tabalhar./Sou cativo,/Mas trabalho no comum./Dar descanso a seus
escravos/É gosto de cada um/Meu sinhô tem muito negro,/eu Romano só tem um./Pra
negro eu tenho chicote/E palmatória e trabuco./Boto-o na mesa do carro/Passo
por cima e machuco/Vadeio de lá pra cá:
Traco-traco! Truco-truco/Meu facão/Também trabalha em seu
quengo!/Desmastreio-te a carreira/Como um cavalo de rengo/E vou de uma banda
pra outra/Traco-traco! Tengo-tengo/Nego, se eu te pegar/Numa volta de
caminho/Eu te faço um agrado,/Com meu chicote um carinho/Se a camisa for
nova/Só te deixo o colarinho/Sou abelha de ferrão/Sou besouro de caboco,/Se eu
pegar seu Romano,/Dou um arrocho, deixo-o rouco/De quebrar-lhe as canelas/Só
deixar-lhe dois catoco/Negro você não me venha/Que se vier eu lhe
abeco/Sacudo-o em cima da forja,/Com os fole eu te sapeco,/Boto-te em cima da
safra,/Com dois malhos, teco-teco/Não se alegre/Que a hora não acabou-se./Eu
derrubo de machado,/Acabo, pico de foice./”.
Irineu
Joffily, cognominado o historiador do sertão pelos estudos que realizou sobre a
zona criatória, presenciou a escravidão. Mas não reconheceu sua importância
para a economia da região. Ponderou que para a atividade criatória a raça
americana, ou seja, o nativo se prestou melhor do que o africano. Entretanto,
tendo em mãos os dados estatísticos populacionais da Paraíba, do século
passado, ficou surpreso com a quantidade de escravos existentes em municípios
sertanejos, particularmente, em Piancó e São João do Cariri. À semelhança do
historiador cearense afirmou que a presença significativa dos cativos
constituía uma ostentação do fazendeiro.
O cangaço (cf. Lins, 1995; 1997a; 1997b; 1999; 2000) foi um aparente
fenômeno social ocorrido no nordeste brasileiro de meados do século XIX ao
início do século XX. O cangaço tem suas origens em questões sociais e
fundiárias do Nordeste brasileiro, caracterizando-se por ações violentas de
grupos ou indivíduos isolados: assaltavam fazendas, sequestravam coronéis
(grandes fazendeiros) e saqueavam comboios e armazéns. Não tinham moradia fixa:
viviam perambulando pelo sertão brasileiro, praticando tais crimes, fugindo e
se escondendo. Cangaço é palavra derivada de canga, “peça de madeira simples ou
dupla que se coloca na parte posterior do pescoço de bois nos carros de boi”.
Assim, cangaceiro foi o nome dado a todos os ditos “criminosos”, uma vez que os
prisioneiros eram obrigados a carregar seus pertences pendurados no pescoço.
O senhor nunca me
viu/Frangi o couro da venta,/Meu cabelo se arpoá/E a testa ficar
cinzenta.../Cantadô, quando eu me agasto,/Esfria com água benta/Quando pego um
cantador,/Adoece de repente,/Dá-lhe uma dor de cabeça/E uma conceira ardente/É
um vexame tão grande/Que não há diabo que aguente./Meu martelo tem azougue/Cantador
dele não sai,/Dá-lhe um frio com tontura,/eca a carne a língua cai,/Fica o
corpo sem governo/E a alma vai-e-não-vai./Inaço, tu tem cabeça/Porém juízo não
tem!/Um gigante nos meus braços/Aperto não é ninguém!/Aperto um dobrão nos
dedo/Faço virar um vintém./Tem coisa que dá vontade/Me meter na vida alheia:
Quem mata assim tanta gente/ainda não foi pra cadeia!/Pegá um gigante à mão/E
não ficá ca mão cheia!/Rebentar dobrão nos dedo/E não quebrá uma veia: Esse
dobrão é de cera,/Esse gigante é de areia.../Inaço, fica sabendo/que sou rei
nesta ribera!/Tá me dando uma veneta/Fazê uma brincadera: Eu quero mudá-te o
nome/De Inaço da Catinguera.../Desse pau tão duro e forte/Eu faço burra
leitera/E se me dé na cabeça/Faço virá bananera.../O branco mais muita gente,/O
negrinho mermo só,/O branco vem de cacete,/E eu recebo a cipó.../No pau que
fizé entalha/Eu lavro sem deixá nó: O branco corta a machado,/Eu lavro mermo de
enxó.../Se mete a cantar repente,/Negro me trata melhor,/Que estamos em meio de
gente/Queira Deus você não saia/Da sala de couro quente./Meu branco dou-lhe um
conselho,/Espero o sinhô tomar,/Se tire desse sentido,/Se arrede desse
pensar,/Juro com todos os dedo/Que um homem só não me dá./Fala como uma
folhinha.../Não quero escutá bobage,/Guarda a tua ladainha,/Não és pra me dá
conselho: Quando tu ia eu já vinha.../
Diversas comunidades de escravos libertos
no Brasil (afro-brasileiros) retornaram à África entre os séculos XVIII e XIX.
Entre eles destacam-se os Tabom, retornados ao Gana em 1835-36, e os Agudás ou
Amarôs, no Benim, no Togo e na Nigéria. Numerosos, esses brasileiros
estabeleceram-se na região da antiga costa dos Escravos - que abrangia todo o
golfo de Benim, indo da atual cidade de Lagos, na Nigéria, até Acra, em Gana.
Milton Guran em seu livro: Agudás - os
brasileiros do Benin, resume: Os negros brasileiros do Benim, Togo e
Nigéria, também conhecidos como agudás,
nas línguas locais, são descendentes dos antigos escravos do Brasil que
retornaram à África durante o século XIX e dos comerciantes baianos lá
estabelecidos nos séculos XVIII e XIX. Possuem nomes de família como Souza,
Silva, Almeida, entre outros, festejam Nosso Senhor do Bonfim, dançam a
burrinha (uma forma arcaica do bumba-meu-boi), fazem desfiles de Carnaval e se
reúnem frequentemente em torno de uma “feijoada” ou de um “kousidou”. Ainda
hoje é comum os agudás mais velhos
se cumprimentarem com um sonoro: “Bom dia, como passou?” ou, “Bem, ‘brigado”, é
a resposta."
Antônio Alves da Silva, o Patativa do Assaré, do Ceará, é emblema
da poesia popular nordestina. O apelido se refere a uma ave do sertão, a
patativa, e à cidade perto da qual o poeta nasceu. Patativa faleceu em 2002,
mas ficaram seus versos, falando sobre o sofrimento do povo. Seu estilo possui
um acento social e muitas vezes satírico. Assim como a maioria dos poetas
regionais, Patativa do Assaré nunca chegou a frequentar escola e sempre compôs
de memória. Desprezava a gramática - para ele, “uma grande besteira”,
preferindo o registro das coisas “como são ditas e ouvidas”. Assim falava
Patativa, criticando o aparelho de televisão, intitulado: “Presente
Disagradável”:
“Toda vez que eu ligo ele/No chafurdo das
novela/Vejo logo os papo é feio/Vejo o maior tumaré/Com a briga das
mulhé/Querendo os marido alheio/Do que adianta ter fama?/Ter curso de
Faculdade?/Mode apresentar programa/Com tanta imoralidade !”.
Enfim, Patativa do Assaré é o nome artístico
(pseudônimo) de Antônio Gonçalves da Silva. Nasceu em 5 de março de 1909, na
cidade de Assaré, estado do Ceará. Foi um dos mais importantes representantes
da cultura popular nordestina. Dedicou
sua vida a produção de cultura popular, voltada para o povo marginalizado e
oprimido do sertão nordestino. Com uma linguagem simples, porém poética, destacou-se como “compositor,
improvisador e poeta”. Produziu também literatura de cordel, porém nunca se
considerou um cordelista. Sua vida na infância foi marcada por momentos
difíceis. Nasceu numa família de agricultores pobres e perdeu a visão de um
olho. O pai morreu quando tinha oito anos de idade. A partir deste momento
começou a trabalhar na roça para ajudar no sustento da família.
Foi estudar numa escola local com doze anos
de idade, porém ficou poucos meses nos bancos escolares. Nesta época, começou a
escrever seus próprios versos e pequenos textos. Ganhou da mãe uma pequena
viola aos dezesseis anos de idade. Muito feliz, passou a escrever e cantar
repentes e se apresentar em pequenas festas da cidade. Ganhou o apelido de
Patativa, “uma alusão ao pássaro de lindo canto, quando tinha vinte anos de
idade”. Nesta época, começou a viajar por algumas cidades nordestinas para se
apresentou como violeiro. Cantou
também diversas vezes na rádio Araripe. No ano de 1956, escreveu seu primeiro
livro de poesias: “Inspiração Nordestina”.
Em 1970, Figueiredo Filho publicou seus
poemas comentados Patativa do Assaré.
Tem inúmeros folhetos de cordel e poemas publicados em revistas e jornais. Está
sendo estudado na Sorbonne, na cadeira da Literatura
Popular Universal, sob a regência do Professor Raymond Cantel. Patativa do
Assaré era unanimidade no papel de poeta mais popular do Brasil. Para chegar
aonde chegou, tinha uma receita prosaica: dizia que para ser poeta não era
preciso ser professor. “Basta, no mês de maio, recolher um poema em cada flor
brotada nas árvores do seu sertão”, declamava. Cresceu ouvindo histórias, os
ponteios da viola e folhetos de cordel. Em pouco tempo, a fama de menino
violeiro se espalhou. Com oito anos de idade, “trocou uma ovelha do pai por uma
viola”. Dez anos depois, viajou para o Pará e enfrentou muita peleja com
cantadores. Quando voltou, estava consagrado: era Patativa do Assaré. Nessa
época os poetas populares vicejavam e muitos eram chamados de “patativas”
porque viviam cantando versos. Ele era apenas um deles. Para ser mais bem
identificado, adotou o nome de sua cidade.
Com muita criatividade e inteligência
intelectual criadora, retratou aspectos culturais importantes do homem simples
do Nordeste. Após este livro, escreveu outros que também fez muito sucesso.
Ganhou vários prêmios e títulos por suas obras. Patativa só passou seis meses
na escola. Isso não o impediu de ser: Doutor
Honoris Causa de pelo menos três universidades. Não teve estudo, mas
discutia com maestria a arte de versejar. Desde os 91 anos de idade com a saúde
abalada por uma queda e a memória começando a faltar, Patativa dizia que não
escrevia mais porque, ao longo de sua vida, “já disse tudo que tinha de dizer”.
Patativa morreu em 08 de julho de 2002 na cidade que lhe emprestava o nome.
Finalizando, lembro ainda da homenagem prestada pelo cinema no filme: “O Homem
que Virou Suco”. É um filme brasileiro de 1981 dirigido por João Batista de
Andrade. Nele, Deraldo, poeta popular recém-chegado do Nordeste a São Paulo,
sobrevivendo de suas poesias e folhetos, é confundido com o operário de uma
multinacional que mata o patrão na festa que recebe o título de operário
símbolo. O filme aborda a resistência do poeta
diante de uma sociedade opressora, esmagando o homem dia-a-dia, eliminando
suas raízes. Daí o título.
Bibliografia geral consultada:
ABEL, T., “La operación llamada
Verstehen”. In: HOROWITZ, I. L, Historia
y elementos de la sociologia del conocimiento. Buenos Aires: Eudeba,
1964; ABREU, Regina, A Fabricação do
Imortal - Memória. História e estratégias de consagração no Brasil. Rio de
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Editora Itatiaia, 1993; IANNI, Octávio, Conferência: “O Realismo Mágico”. Texto
escrito e falado no XVI Congresso
Latino-Americano de Sociologia. UERJ - Universidade Estadual do Rio de Janeiro: Conferência: “O Realismo Mágico”.
Texto escrito e falado no XVI Congresso
Latino-Americano de Sociologia. UERJ, 2 a 7 de março de 1986, entre outros.
_______________
* Sociólogo (UFF), Cientista Político (UFRJ), Doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor Associado da Coordenação do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará (UECE).
terça-feira, 3 de julho de 2012
Poeta Fontenele Gomes mostra seu repente e sua voz cancioneira.
Mote a desafio "sou melhor do que tu" - Ana Bezerra e Fontenele Gomes Autor(a) Ana Bezerra
Poema Choque Fatal - Canta Fontenele Gomes - Autor: Raimundo Marques. Em memória de Zé Guerra
Currículo dos nossos repentistas
Rosaneto Tavares de Freitas - Nasceu em
São João do Rio do Peixe na Paraíba no dia 19 de julho de 1964. Começou cedo na
arte do repente. Morador de Messejana a mais de uma década foi nesta região da
cidade de Fortaleza onde realizou grande parte de suas cantorias. Mas como bom
mestre na arte do repente, sempre viaja para outros pontos do país buscando
divulgar essa arte pouco apreciada pela mídia de massa. Cantou com grandes
poetas. Participou de inúmeros festivais de poesia. Sempre viajando dentro do
Ceará e restante do Nordeste, fez incursões pelo sudeste e região norte do
país, principalmente no Amazonas. Apresentando programas de rádio, esteve
presente em diversas emissoras, nos locais onde visitou, atualmente apresenta o
programa “Quando as Violas se encontram”, na radio Pitaguary de Maracanaú, todo
sábado de 9:00 às 10 da manhã.
Fontenele Gomes – Natural da cidade de
Pentecoste no Ceará, nasceu em 29 de novembro de 1955. Iniciou na cantoria em
1975 aos 20 anos de idade. Participou de festivais em Teresina no Piauí, e
também em diversos programas de rádio, tanto no Nordeste quanto na região
Norte: radio Tropical de Paragominas no Pará, Rádio Eldorado em Codó no
Maranhão e Rádio Difusora do vale do Curu em Pentecoste. Fontenele tem destaque
na produção de canções e na composição de versos, privilegiado por uma voz
potente.
Xexéu – Nascido em Limoeiro do Norte no
dia 10 de março de 1959 começou a fazer seus primeiros versos aos 21 anos de
idade. Xexéu tem muita história pra contar, foi pioneiro em programas de rádio
voltado para o público da cantoria, em especial aqueles que residem na região
norte do Brasil. Juntamente com Zé Guerra (repentista paraibano já falecido)
inaugurou diversos programas, a exemplo de: Ao som da viola na Rádio Jornal A
Crítica de Manaus no Amazonas; Violas nordestinas na Rádio Capital em Rio
Branco no Acre; também nas rádios Nacional, Eldorado e Capital, todas em Porto
Velho Rondônia. Xexéu afirma que nunca participou de um festival de viola
porque ficou decepcionado com a falta de honestidade no primeiro evento que
iria participar e com isso “tomou abuso”. De volta ao Ceará, continua firme na
luta pela valorização do repente nordestino. Xexéu é mestre em composição de
versos, um repentista de grande fecundidade mental.
Cesanildo Lima - Nasceu em Fortaleza em
1932, mas foi criado no Canindé. É um dos mais antigos repentista em atividade,
começou na arte da poesia quando tinha uns 17 anos de idade. Participou de
inúmeros festivais em diversas regiões: Brasília, Campina Grande e Casa do
Cantador em Fortaleza ele organizou também festivais em Maracanaú cidade onde
reside atualmente e tem seu programa de rádio a cerca de 20 anos o: Desafio da
Viola apresentado de segunda à sexta-feira de 05:00 às 07:00 da manhã na
conceituada Rádio Pitaguari, no rádio Cesanildo tem uma história de 54 anos, já
cantou em todas da região afirma. Atualmente preside a direção da Associação
dos Cantadores do Ceará fundada em 08/09/1996. Foi com este poeta e Luís Naúm
que teve início a primeira cantoria organizada pela comunidade do Conjunto
Curió.
Zé Maria – Natural do município de
Aracoiaba, nasceu no ano de 1945. Zé Maria iniciou a arte do repente aos 13
anos de idade, criou e participou de inúmeros programas radiofônicos entre
emissoras do tipo AM e FM, desde 1985 têm participado dos programas de rádio no
ceará. Atualmente apresenta o programa “Canta Brasil” outrora “Ceará pai
d’égua” na Radio Cidade AM 860 aos sábados de 5 às 7 da manhã, o programa tem
12 anos de audiência. O poeta também participou de vários festivais de viola,
cerca de 40, em todos obtendo destaque pela força e criatividade nos versos.
Ari Teixeira – Nasceu em Ibaretama no
dia 25 de janeiro de 1964, na época a cidade ainda era distrito de Quixadá. Ari
tem forte inspiração para compor canções. Com cerca de 25 anos de cantoria começou
por volta de 1985. Suas inspirações vêm da sua vida cotidiana, conforme relata.
Atualmente tem uma canção sua que está sendo muito tocada no meio dos
repentistas e aboiadores: A caçula do patrão está no Youtube em diversas
versões de aboio, repente e forró. Outra canção que foi sucesso chama-se:
Brincando de amor; uma outra é: Falso ciúme que compôs para um amor e desafeto
seu. Engana-se quem pensar que Ari é fraco no repente, pois dá mostras de
grande inteligência e conhecimento na hora de compor versos. Participou de
inúmeros festivais, o cantador esteve presente em alguns eventos no Curió e
Lagoa Redonda. Atualmente reside no município de Maracanaú e sempre
participando de programas na radio Pitaguari AMl.
Antônio Jocélio – Natural de
Maranguape, nasceu em abril de 1963, filho de repentista traz no sangue a
enorme capacidade criativa tanto para o verso quanto para a canção, Assim como
Ari Teixeira tem grande destaque na composição de canções, especial destaque
pra: Casa Amarela, que já se tornou um hino do cancioneiro popular repentista;
destaque também para Lição de vida, onde declama em poesia o valor de um pai;
outra composição famosa é: Meu rancho, onde retrata poeticamente a beleza e
simplicidade da vida no campo. Antônio Jocélio é repentista de peso quando o
negócio é fazer verso, com uma profunda experiência no ramo, começou na arte
com 17 anos em 1980. Marcou presença em cantorias aqui na comunidade do
Conjunto Curió.
Manoel Batista - Nasceu em 21 de junho
de 1952 na cidade de Ererê no Ceará. Deu os primeiros passos na arte da poesia em
1973 participou desde então de vários festivais e eventos nas cidades de
Pacajus, Quixadá, Limoeiro do Norte, tomou parte também em programas de rádio
nas cidades de Russas e Quixadá. Cantou com vários repentistas renomados.
Valdeci Alves - Nasceu em 15/09/1966 na
cidade de Brejo da Madre de Deus no Estado de Pernambuco e cantou pela primeira
vez aos vinte anos de idade em 1986, mas profissionalizou-se somente em 1992. Cantou
com Sebastião da silva, Louro Branco, Zé Guerra, Antonio Jocélio e Zé Maria. Valdeci
começou observando os repentistas e depois resolveu dar início a carreira de cantador-repentista,
participou de inúmeros festivais em Pernambuco e apresentações culturais na
cidade de Paragominas no Estado do Pará. Doze anos de experiência como locutor
de rádio foram mais do que suficiente para forjar o espírito desenvolto de
Valdeci Alves na arte de compor versos.
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